O Meu Amigo Pintor de Lygia Bojunga

Didi Novaes, nosso professor de Língua Portuguesa e Literatura, destacou pontos do livro que devem ser estudados pelos vestibulandos da UERJ.  De forma resumida, abordou pontos do livro que podem ser citado no concurso.

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O MEU AMIGO PINTOR
Lygia Bojunga

A escritora
Lygia Bojunga nasceu em Pelotas, em 1932. Além de autora, é atriz e
professora. Sua tendência literária é apresentar ao público temas difíceis de
serem debatidos com o público infantojuvenil, como a morte, a carência afetiva
e os preconceitos. Ganhou vários prêmios por suas obras, inclusive o Jabuti.
Uma dica: a leitura de “Pra você que me lê”, o fim do livro, mostra como surgiu
a ideia de “O Meu Amigo Pintor” e é muito interessante.

Contexto é tudo!
Atenção ao momento em que a narrativa se passa! O processo de
redemocratização do país requer um repertório artístico para que o leitor
compreenda algumas ações e algumas atitudes de determinados personagens.
A busca por músicas, filmes, personagens reais e outros livros que insiram o
interlocutor nesse universo é essencial!

A linguagem
Por discorrer sobre uma temática considerada sensível para o público
infantojuvenil, é necessário que estejam todos atentos ao uso de figuras de
linguagem, tais como o eufemismo (que é a suavização de um enunciado), a
hipérbole (que é o exagero), a metáfora (que emprega uma palavra sem seu
sentido comum) e outras.

Ainda sobre a linguagem
Atenção à informalidade e à conotação!
O livro é escrito em forma de diário, o que remete ao uso da norma
considerada não padrão da língua. Isto é, o texto se apresenta como se fosse
uma conversa do dia a dia, sem palavras rebuscadas, o que direciona o
discurso à conotação, que é o uso de termos fora do seu sentido literal.
“O Pintor espiava pela janela do apartamento dele, só via aquele nevoeiro tapando tudo que é
cor, e falava feito costumava falar: hoje tá fazendo um pouco de vontade de morrer.”

O narrador
Como o livro se apresenta no gênero “diário”, usando a tipologia textual
narrativa, o narrador é personagem! Sendo assim, a história é contada em 1ª
pessoa, ou seja, é ele quem partilha o enredo. É a sua visão dos fatos que
desencadeia a obra.

As cores
Por fim, destaco a presença das cores no livro.
Não é novidade que elas carregam, ao longo da história, significações e
simbolismos. É imprescindível que o leitor esteja atento a isso. Por que,
professor? Porque, às vezes, essas interpretações podem gerar um equívoco.
Por exemplo: o amarelo é sempre relacionado à alegria, à prosperidade, ao
ouro, ao sol, ao dia claro. No entanto, porque o livro tematiza o suicídio, essa
cor pode estar relacionada à campanha de prevenção ao ato, conhecida como
Setembro Amarelo.

 

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